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Comunicação científica em Relações Internacionais por meio da visualização de dados.

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Olá, sejam bem-vindos ao VisRI 👋

O VisRI é um projeto criado por Pedro D. Rocha para comunicação científica em Relações Internacionais (RI) por meio da visualização de dados. Através dela transmitimos conhecimento produzido no campo das RI para o público. Não só apresentamos os dados, mas contamos e traduzimos histórias e narrativas.

❗ Em todo o material se aplica a Licença Internacional Creative Commons Atribuição BY-SA 4.0 (CC BY-SA 4.0)

Veja todas nossas histórias:



13. 🛑 Sobre a efetividade de sanções aplicadas com o objetivo de prevenir ou terminar a guerra (28 de fev. de 2022)

Detalhes

Em contexto do aumento recente das sanções contra a Rússia, o VisRI dessa semana abre discussão sobre o uso de sanções com o objetivo de prevenir ou terminar a guerra.

Dados: GSDB (Felbermayr, Kirilakha, Syropoulos, Yalcin e Yotov 2020).

Como destaca Felbermayr et al (2020), sanções são instrumento importante de diplomacia coercitiva e tem como objetivo exercer pressão política no Estado-alvo e influenciar dinâmicas e o resultado de processos de negociação.

No entanto, quando se trata de sanções com o objetivo de prevenir ou terminar guerras, não há na literatura evidência conclusiva de que são instrumentos eficientes. Pelo contrário, autores como Hultman e Peksen (2015) argumentam que elas podem ter efeito contrário do esperado.

Principalmente quando se restringem a sanções econômicas e não envolvem um pacote mais estruturado é possível que elas contribuam para o aumento na intensidade da violência empregada em conflitos armados.

Quer mais informações? Sobre sanções e a base de dados utilizada:

Sobre sanções em contexto de guerra:

Sobre os efeitos e a efetividade das sanções aplicadas nos últimos anos à Rússia e ao Irã:

12. 🌐 O Conselho de Segurança e as Operações de Paz da ONU (21 de fev. de 2022)

Detalhes

O VisRI dessa semana explora o acumulado de resoluções e decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas com tema peacekeeping, peacebuilding e peacemaking e disponíveis na coleção da Biblioteca Virtual da ONU.

Os dados foram coletados e compilados por mim já a algum tempo. Nos possibilitam explorar de um ponto de vista diferente a maneira pela qual se progrediu a concepção do Conselho de Segurança acerca das op. de paz, e as atividades foco de sua atuação em seg. internacional.

Sobre a progressão histórica e tipificação das operações de paz, recomendo fortemente o já clássico artigo de Kai Kenkel na Contexto Internacional: Five generations of peace operations: from the "thin blue line" to "painting a country blue"

11. 💱 sobre a dependência energética da Europa em relação a Rússia (14 de fev. de 2022)

Detalhes

A dependência energética na Rússia é uma das principais vulnerabilidades da União Europeia e um constrangimento nos cursos de ação disponíveis para o bloco frente a crise na Ucrânia.

Por exemplo, é difícil para a UE achar alternativas para importação de gás natural barato e em grande quantidade, principalmente quando empresas russas, como a Gazprom, controlam a infraestrutura e o mercado energético da região.

No último ano se diversificou a origem do gás natural consumido na UE e caiu a participação da Rússia no volume total importado. Porém, o país ainda é fonte de cerca de 25% do total e seu controle sobre os principais gasodutos coloca em risco a seg. energética do bloco.

Quer mais informações? Bruegel

10. ⚠️ 5 eleições para se ter atenção em 2022 (07 de fev. de 2022)

Detalhes

Casos de violência em meio a processos eleitorais comprometem seus resultados e a própria democracia. Seus efeitos são ainda mais danosos em casos letais, pois a perda de vidas impõe mudanças qualitativas irreversíveis na dinâmica social de um país.

O gráfico computa os cinco países com processos eleitorais ativos em 2022 que mais apresentaram casos de violência letal relacionados a eleições entre 1989 e 2017. São lugares importantes para se ter de olho e acompanhar os desdobramentos da disputa política ao longo do ano.

A índia é o país com maior número de casos registrados, tendo eleições presidenciais e parlamentares previstas para Julho. Na América Latina, há que se ter atenção na eleição presidencial de março na Colômbia e ao conflito interno que se estende no país já por algumas décadas.

Embora a violência política no Brasil tenha crescido nos últimos anos, a base do DECO registrou somente dois casos de violência letal diretamente relacionadas ao processo eleitoral. Casos letais não envolvendo eleições, como o de Marielle Franco, não estão computados.

Quer mais informações?

09. 🤝 A era das desculpas (31 de jan. de 2022)

Detalhes

Desde a década de 1990 os Estados estão cada vez mais reconhecendo sua culpa por violações aos direitos humanos cometidas no passado. Embora não possa desfazer o que já aconteceu, o ato é importante para processos de justiça restaurativa e reconciliação. Grande parte (49%) dos gestos de desculpas se referem a VDH cometidas em período de guerra e foram proferidos por chefes de estado ou chefes de governo em contexto de visitas diplomáticas ou datas comemorativas.

Quer mais informações?

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08. 💣 Nós temos a bomba, e nós podemos ter (24 de jan. de 2022)

Detalhes Na história, somente 10 países desenvolveram armamentos nucleares mas outros 32 tem ou já tiveram em algum momento a capacidade de fazê-lo.

Fuhrmann e Tkach (2015) chamam essa capacidade de latência nuclear e a descrevem como a habilidade de produzir material físsil.

Os 10 países que transformaram sua latência nuclear em arsenal nuclear são: Estados Unidos🇺🇸, Rússia🇷🇺Reino Unido🇬🇧, França🇫🇷, China🇨🇳, Israel🇮🇱, África do Sul🇿🇦*, Paquistão🇵🇰, Índia🇮🇳 e Coréia do Norte🇰🇵.

*A África do Sul 🇿🇦 abriu mão de seu arsenal nuclear em 1991

Hoje, outros 9 países possuem latência nuclear: África do Sul🇿🇦, Alemanha🇩🇪, Japão🇯🇵, Holanda🇳🇱, Irã🇮🇷, Brasil🇧🇷, Coréia do Sul🇰🇷, Egito🇪🇬 e Argélia🇩🇿. A latência nuclear Iraniana 🇮🇷 é uma das questões centrais da política internacional contemporânea.

Outros 14 países já tiveram a capacidade de produzir material físsil mas abriram mão de sua latência nuclear: Argentina 🇦🇷, Austrália🇦🇺, Bélgica🇧🇪, Canadá🇨🇦, República Tcheca🇨🇿, Itália🇮🇹, Líbia🇱🇾, Noruega🇳🇴, Romênia🇷🇴, Espanha🇪🇸, Suécia🇸🇪, Taiwan🇹🇼 e a antiga Iugoslávia

Tais países são exemplos importantes de serem lembrados no mês em que o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN) completa 1 ano de entrada em vigor

Quer mais informações?

  • Matt Fuhrmann e Benjamin Tkach. Almost nuclear: Introducing the Nuclear Latency dataset

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07. 🇺🇳 A composição do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 2022 (17 de jan. de 2022)

Detalhes Em Janeiro, o Brasil 🇧🇷 voltou a ocupar assento rotativo no Conselho de Segurança das Nações Unidas. É sua 11ª passagem, sendo o país não-permanente com maior experiência no órgão.

Junto do Brasil, assumem de forma rotativa outros 4 países eleitos em 2021: 🇦🇱🇬🇦🇬🇭🇦🇪

O que é o Conselho de Segurança?

É um dos principais órgãos das Nações Unidas e atua em questões relacionadas a manutenção da paz e da segurança internacional: fomenta negociações, impõe sanções, autoriza o uso da força e a implementação de missões de paz...

Quais países compõem o Conselho de Segurança?

O Conselho possui cinco membros com status permanente e que possuem poder de veto, o chamado P5: Estados Unidos🇺🇸, China 🇨🇳, França 🇫🇷, Rússia 🇷🇺 e Reino Unido 🇬🇧.

Outros 10 membros com status rotativo são eleitos pela Assembleia Geral da ONU todos os anos. Eles são divididos regionalmente, não possuem poder de veto e quando eleitos assumem mandatos de 2 anos.

Atualmente são membros rotativos: Brasil 🇧🇷 e México 🇲🇽(América Latina) Gabão 🇬🇦e Gana 🇬🇭 (África) Albânia 🇦🇱 (Leste Europeu) EAU 🇦🇪e Índia 🇮🇳(Ásia-Pacífico) Irlanda 🇮🇪 e Noruega 🇳🇴(Europa Ocidental e Outros) Quênia 🇰🇪 (África ou Ásia-Pacífico)

Que mais informações? O Dicionário de Segurança e Defesa do GEDES tem ótima entrada introdutória sobre o Conselho de Segurança!

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06. 🚩 A América Latina é uma região pacífica? (10 de jan. de 2022)

Detalhes A América Latina é frequentemente tratada na literatura como zona de paz, onde a guerra e confrontos armados entre os Estados são raros. No entanto, a ideia da "longa paz" regional mascara o alto índice de violência intraestatal no continente.

Dados: @ACLEDINFO

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05.:classical_building: A Eleição de Gabriel Boric no Chile (03 de jan. de 2022)

Detalhes @gabrielboric foi eleito presidente do Chile em 19 de dez. de 2021. Em 2022, fará 36 anos e se tornará o político mais novo a assumir o poder no país. Seria Boric também o político mais novo na história a assumir o poder na América do Sul? Não!

Ele será um dos mais novos, mas não o mais novo a chegar ao poder na América do Sul.
Essa marca pertence a dois presidentes bolivianos:
◻ Germán Busch Becerra (33 anos em 1937)
◻ Gualberto Villarroel López (35 anos em 1943).

No Chile, antes de Boric, os políticos mais novos a assumirem o poder haviam sido Germán Riesco (47 anos em 1901) e Gabriel Videla (48 anos em 1946).

Na América do Sul, Boric se compara a B. Brum (36 anos em 1919),A. G. Pérez (36 anos em 1985) e L. Plaza (36 anos em 1901).

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04. 👥 A crise de refugiados da Venezuela (27 de dez. de 2021)

Detalhes
A Venezuela vive hoje a maior crise de refugiados fora do contexto de guerra da história recente.Já são 5.9 milhões de refugiados e imigrantes no mundo todo, e 2.5 milhões de pessoas em situação irregular só nas Américas.

Em 2021, quase 190 mil pessoas foram reconhecidas como refugiadas no mundo todo pelo ACNUR. As Américas é a região mais impactada, embora a Espanha foi o principal país receptor no ano.

Nas Américas, o Brasil foi o principal país receptor, seguido de EUA, e México.

O grande desafio em 2022 será criar estratégias regionais para receber e dar condições de vida para os quase 2 milhões de Venezuelanos em condição irregular em todo o continente.

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03. 🗺️ A ascensão chinesa e a Armadilha de Tucídides (20 de dez. de 2021)

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Foi a ascensão de Atenas e o medo que isso provocou em Esparta que tornou a guerra inevitável”, Tucídides - História da Guerra do Peloponeso

Esse é o ponto de partida para Graham Allison (2017) discutir o impacto da ascensão Chinesa na política internacional contemporânea.

A "armadilha de Tucídides" é um conceito elaborado pelo autor inspirado na intuição do general e historiador Ateniense Tucídides para explicar as causas da Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta.

No Século 5 a.c, Atenas crescia em meio as Cidades-Estado gregas com um poder naval cada vez mais robusto.Em paralelo, o crescimento de Atenas trazia medo e insegurança para Esparta, poder terrestre já estabelecido.Dessa dinâmica, germinava as causas da Guerra do Peloponeso: Atenas precisava de espaço para crescer e se consolidar; Esparta percebia a postura de Atenas como injustificada, ingrata e ameaçadora.

Na história, Allison identificou 16 casos semelhantes ao conflito entre Atenas e Esparta. São situações de transição de poder, onde uma potência emergente (Atenas), ameaça as pretensões de um poder já instituído (Esparta). Dos 16 casos, somente 4 não escalaram para Guerra.

Atualmente vivemos mais um período de transição de poder. A China vem crescendo de forma acelerada, demandando novas posições que reflitam seu novo status global. Os EUA, por sua vez, tendem a perceber as aspirações chinesas como injustificadas e ameaçadoras.

Dada a situação, seria então o conflito armado entre EUA e China inevitável? Não necessariamente, depende de como ambos os países irão decidir lidar com a situação, mas as consequências dessa decisão moldarão a ordem internacional no Séc XXI.

Quer mais informações?
◽ Artigo original do Allison no The Atlantic (2015): https://bit.ly/3GunA0E
◽ Materiais suplementares do Harvard Belfer Center: https://bit.ly/3ybfpTV
◽ Livro de 2017: https://amzn.to/3IDlmho

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02. 💸 O Brasil e o financiamento do Sistema ONU (13 de dez. de 2021)]

Detalhes
Desde o começo do governo Bolsonaro, pela primeira vez em uma década a contribuição financeira do Brasil para o Sistema ONU foi abaixo de 1% do total contribuído por todos os países.

Para além da queda substantiva na participação brasileira, dois traços chamam atenção:
1. Os EUA seguem sendo o país com maior contribuição. É, a hegemonia tem seu preço: "para economia internacional ser estável, há de se ter um estabilizador" (Kindleberger 1973).
2. Especialmente a partir de 2013 vem crescendo a participação total da China. Em 2020 o país já é o 5º país com maior contribuição. Estratégia da China de aproximação com a ordem internacional liberal?

Voltando para o Brasil, qual seria a razão da contribuição brasileira ter caído tanto?
Desde que assumiu, o gov. Bolsonaro cortou substancialmente as contribuições voluntárias do Brasil ao Sistema ONU. O país passou a contribuir somente com sua cota regular, e nada mais.

De qualquer maneira, para onde foi o dinheiro brasileiro?
◻ Saúde: PAHO, WHO
◻ Paz: DPKO
◻ Desenvolvimento: UNDP

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01.:dove: Mais Organizações Internacionais, maior a Paz? (06 de dez. de 2021)

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Em 1970, Wallace e Singer¹ pela primeira vez organizaram de forma sistemática dados sobre Organizações Internacionais ao redor do mundo com o objetivo de responder uma pergunta central das RI: Mais organizações Internacionais, maior a paz ?

Embora de maneira incipiente e conscientes dos limites metodológicos, ao analisar os dados a resposta dos autores foi: não necessariamente. O número total de OIs não aparenta ter efeito a nível sistêmico no número total de conflitos armados iniciados pelos Estados.

O texto de 1970 é um ponto de partida importante para a discussão do impacto das OIs no comportamento dos Estados de maneira empírica. A literatura tem avançado bastante nos últimos anos. Porém em geral, a resposta, da pergunta levantada por Wallace e Singer continua a ser a mesma: depende, não necessariamente.

Por exemplo, para Boehmer, Gartzke e Nordstrom (2004)², o efeito concreto de uma OI depende de seu design institucional. Para outros, como Dorussen e Ward (2008) e Kinne (2013), importa mais a posição dos Estados na rede de relações criadas por sua filiação a diferentes OIs.

¹ WALLACE, M; SINGER, D. Intergovernmental Organization and the Preservation of Peace, 1816-1964: Some Bivariate Relationships. International Organization, vol.24, n.3, p.520-547, 1970.

² BOEHMER, C.; GARTZKE, E.; NORDSTROM, T.Do Intergovernmental Organizations Promote Peace? World Politics, v.57, n.1, p.1-38, 2004.

³ KINNE, B. IGO membership, network convergence, and credible signaling in militarized disputes. Journal of Peace Research, v.50, n.6, pp.659-676, 2013.

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